"Um espaço reservado para falar das lembranças, histórias e episódios dos mais de 60 anos de Mil Milhas Brasileiras. E de outras coisas mais!"

terça-feira, 26 de setembro de 2017

A fase diurna das Mil Milhas


As Mil Milhas Brasileiras, tradicionalmente, tiveram a largada em horário noturno, em que pese o tradicional horário da meia noite ter sido adotado apenas a partir da 10ª edição, disputada em 1970, enquanto que nas edições anteriores o horário variou entre 19h00min e 22h30min.

Porém, o horário diurno fora adotado a partir no ano de 1992, numa tentativa de atrair maior atenção da mídia, sobretudo televisiva, bem como do público. A estrategia era ter a cobertura ao vivo da largada, com arquibancadas cheias durante a maior parte da prova, haja vista que a transmissão da pela televisão sempre foi uma questão delicada. Se de um lado o charme das Mil Milhas era a largada à noite, com as disputas atravessando a madrugada e testando a resistência de bólidos e pilotos, por outro lado era uma fórmula um tanto quanto complicada para o marketing televisivo, pois a escuridão noturna dificultava a exposição dos carros a patrocinadores, e depois do amanhecer, as carenagens já demonstravam as marcas de uma noite de chuva (tradicional em Interlagos), batidas, toques e remendos.

No entanto, a estratégia de transferir a largada para o meio dia não trouxe o resultado almejado, sobretudo pela fraca divulgação da prova na mídia, que influenciou sobretudo no baixo público registrado nos anos de 1992 e 1993. A exceção fora no ano de 1994, quando o evento teve amplo destaque na mídia, atraindo pilotos de renome e máquinas nunca vistas antes em Interlagos, como afirmou o piloto Jürgen Weiss em entrevista à Autoesporte em fevereiro daquele ano.

Mas infelizmente isso não se repetiu em 1995, ano em que a prova fora forçada a mudar de data, ocorrendo no mês de abril, após a realização do GP Brasil de Fórmula 1 (que até 2003 era disputado no mês de março). Tal mudança se deu em razão do fechamento do autódromo para as tradicionais reformas para receber a categoria máxima do automobilismo. Porém, há quem diga que o sucesso da prova de 1994 trouxe certo receio para a organização do evento da Fórmula 1, pois como sabido, o "circo" sempre quis a exclusividade de Interlagos, com suas exigências que sempre acabam por estrangular o automobilismo local...

Deste modo, a prova de 1995 foi um verdadeiro fracasso, servindo como termômetro disto a previsão inicial de venda de 40.000 ingressos, quando no fim das contas foram vendidos apenas 36 deles antecipadamente e outros 1.800 no dia da prova. Somando-se a isto, as conhecidas falhas na organização - no dia da prova faltou água em todo o autódromo - e a falta de divulgação por parte da imprensa foram a cereja do bolo, de um evento que teve faturamento de meros R$ 72.000,00 (setenta e dois mil reais) em valores da época.

E em 1996, as consequências foram ainda piores, com uma prova com grid pífio, se comparado a outros tempos não tão distantes, e totalmente distante do público, que provavelmente sequer teve conhecimento de sua realização. Novamente, a realização das Mil Milhas no mês de abril somente serviu para afastar muitos competidores de alto nível, pois àquela altura já estavam comprometidos com seus campeonatos regulares.

Fechando a primeira fase diurna da Mil Milhas, tivemos a edição de 1997, realizada no autódromo internacional Nelson Piquet, em Brasília/DF, numa tentativa de reavivar a disputa. Entretanto, é sabido que a maioria dos tradicionais competidores e equipes estão localizados no Estado de São Paulo, o que constituiu um fator de esvaziamento do grid da prova brasiliense.

A segunda tentativa de realizar a maior parte da prova durante o dia ocorreu na edição de 2006, que marcou os 50 anos da disputa e uma nova fase que prometia inserir as Mil Milhas no calendário internacional de provas de longa duração, época em que ainda não existia o WEC. Inegavelmente, aquela edição teve notável sucesso, visto que foram inscritos grandes máquinas e importantes nomes do automobilismo mundial, o que trouxe grande destaque perante a mídia, especializada ou não.

Contudo, mesmo em 2007, figurando como última etapa do Le Mans Series e com largada ao meio dia, a prova não conseguiu atrair o público maciço às arquibancadas de Interlagos, sobretudo pelos preços elevados dos ingressos, algo distante da realidade do automobilismo brasileiro à época.

E por fim, em 2008, último ano em que tivemos a disputa das Mil Milhas, a situação fora ainda pior, visto que novamente a divulgação pela mídia foi das mais fracas, em que pese a internet já estar em franca expansão, proporcionando novamente arquibancadas vazias e grid modesto.

A bem da verdade, a realização das Mil Milhas durante o dia nunca foi uma fórmula de sucesso, ante a tradição das disputas noturnas, que no fim das contas é uma das marcas registradas do evento.












terça-feira, 12 de setembro de 2017

TC 2000 e suas máquinas "exóticas"


Depois da Turismo Carretera (chamada pelos hermanos de "La Máxima"), a TC 2000 é a categoria mais tradicional do esporte a motor argentino, sendo disputada desde o ano de 1979, com o apoio das grandes montadoras (Fiat, Ford, Chevrolet, Honda, Toyota, Peugeot e Renault) que atuam no país vizinho. É certo que desde 2012 perdera um pouco de sua força, em razão do advento da Super TC 2000, que por sua vez atraiu os grandes nomes da categoria (Nestor Girolami, Agustín Canapino, Matías Rossi, Mariano Werner, entre outros). Porém, isto não apaga a rica história escrita por nomes como Juan María Traverso, Gabriel Ponce de Léon, Matías Rossi e José María López.

E essa rica história passa não somente pelos grande pilotos, mas também pelos bólidos utilizados na categoria durante esses quase 40 anos, muitos dos quais sequer pensamos em ver nas pistas de nosso país. Dentre eles, podemos destacar:


Alejandro Bini - 2001

Esteban Tuero - 2004

Gustavo Der Ohanessian - 2004

Sérgio Tettamanzi - 1999 (Um Tempra!)
E aqui em um Marea (1º modelo)
Miguel Angel Guerra - 1997
Oswaldo "Cocho" López - 1996

Alejandro Pagani - 1997 (Superturismo)
Ernesto Bessone - 1998

Henry Martin - 2000 (Ford Verona II, vendido na Argentina como Escort)

Ricardo Joseph - 1998

VW Pointer "Transformer" - Guillermo Maldonado - 1995
Ricardo Risatti - 1997 (Superturismo)

Guillermo Ortelli - 2004

Esteban Tuero - 2001 (O Bora da Stock Car Brasil era apenas uma bolha...)

René Zanatta - 1998 (E o Vectra também...)

Juan Pablo Satorra - 2005
Daniel Cingolani - 2001

Omar "Gurí" Martínez - 2003